O final de ano é um período de festas, reuniões com a família, acompanhadas, entre outras tradições, das ceias e das bebidas. Nesse momento, é importante que as pessoas se lembrem de continuar com o planejamento alimentar e com o uso da medicação correta, para o caso de quem está em tratamento contra a obesidade, doença que pode ser tratada.
Levando isso em consideração, quem está em tratamento para obesidade às vezes acha que pode dar uma trégua nesse período de festividades, reduzir ou parar a medicação. Mas isso não é correto, uma vez que mudar essa rotina por conta própria pode ser prejudicial.
“As pessoas têm o costume de achar que as festas de final de ano são uma espécie de salvo conduto de tratamentos médicos, especialmente aquelas que estão em tratamento para a obesidade. Porque quando elas estão nesse tipo de tratamento, em geral, as medicações utilizadas fazem com que haja uma redução do apetite e até mesmo altera o paladar para a pessoa não querer se alimentar tanto de coisas doces, como o famoso pavê. Então, as pessoas tendem a interromper seus tratamentos, porém, quem faz isso está cometendo um grave erro, porque o nosso corpo não sabe que é um período festivo e ele está num período de mudança metabólica, que pode ser decisivo para o tratamento de cada um”, explica a Dra. Carolina Almeida, diretora médica do Núcleo GA Petrolina.
É importante lembrar que o tratamento para a obesidade consiste em um conjunto de medidas, que incluem a reeducação alimentar, a prática de atividades físicas e, em alguns casos, o uso de medicamentos. Essas medidas são essenciais para que se obtenha bons resultados. Portanto, não se deve parar de tomar os medicamentos mesmo que seja no final do ano.
Ainda de acordo com a médica, parar o tratamento significa interromper as melhorias metabólicas às quais o corpo estava sendo submetido. E quando a pessoa retoma o tratamento, isso pode implicar em ter que ficar mais tempo ainda no tratamento, por uma mera escapada desnecessária.
Outro fator determinante, que muitas vezes leva as pessoas a ter essa atitude é não entender a importância do uso dos medicamentos para a obesidade ou se distanciar do processo por questões emocionais.
“Não tem como seguir essa lógica de interrupção de tratamento, da mesma forma que as pessoas não interrompem o tratamento para outras doenças. O hipertenso para de utilizar as medicações por que é Natal ou Réveillon? Não. Por que é que o obeso para? É preciso interpretar a obesidade como uma doença crônica. Isso é extremamente importante que a sociedade compreenda, para que cesse a discriminação ao uso de medicações, que por vezes é da própria pessoa. Não se entende que é possível sim aproveitar as festas de Natal e Réveillon mantendo o tratamento, já que ele vai fazer a pessoa comer com moderação, e não que vai fazer alguém deixar de gostar de algo porque está em tratamento. O tratamento faz ter a moderação, e se mesmo com o corpo fisiologicamente controlado através dos medicamentos a pessoa acredita realmente que é necessário se exceder, aí já temos outra questão, que é psicológica, e demanda um acompanhamento com o psicólogo”, alerta a Dra. Carolina Almeida.