O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) liberou nesta quarta-feira a lista de pessoas que visitaram a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no Palácio da Alvorada, em Brasília. A relação de visitante estava mantida sob sigilo de 100 anos decretado pelo ex-mandatário, Jair Bolsonaro (PL). Ao todo, 565 pessoas estiveram na residência oficial da Presidência da República para ver Michelle entre 2021 e 2022.
Entre os que mais visitaram Michelle estão um pastor evangélico, um cabeleireiro e uma estilista. A pessoa que mais esteve no palácio para encontrar a ex-primeira-dama foi a diretora de Acessibilidade e Apoio a Pessoas com Deficiência do Ministério da Educação, Nídia Limeira de Sá. A listagem foi obtida pelo jornal O Estado de S. Paulo.
Nídia esteve no Alvorada 51 vezes. Ela se apresenta nas redes sociais como apoiadora de Jair Bolsonaro. “Hoje o Brasil entrará num novo tempo de liberdade, paz e prosperidade“, escreveu no dia do segundo turno das eleições presidenciais, antes da confirmação de que seu candidato acabou derrotado. Também há registros de Nídia na companhia de Michelle Bolsonaro.
Pastor
O segundo que mais visitou Michelle Bolsonaro foi o pastor da Igreja Batista Atitude em Brasília, Claudir Machado. Ele esteve 31 vezes no Palácio da Alvorada. “Querida @michellebolsonaro queremos deixar registrado o nosso profundo carinho, respeito e admiração por você que é esta serva de Deus forte e tão dedicada. Você sempre será nossa Primeira Dama. Te amamos demais“, escreveu o pastor em 31 de dezembro do ano passado.
Na sequência aparecem a cabeleireira Juliene Cunha, que esteve 24 vezes na residência oficial, e a estilista Cynara Boechat, que visitou a ex-primeira-dama em cinco oportunidades.
Além das visitas para Michelle, nos últimos quatro anos, o governo Bolsonaro transformou em segredo documentos sobre as entradas dos filhos no Palácio do Planalto, o processo instaurado pela Receita Federal sobre o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no caso das rachadinhas e até mesmo telegramas diplomáticos relacionados à prisão do ex-jogador Ronaldinho Gaúcho, no Paraguai.
A liberação dos registros de visitas ao Palácio da Alvorada ocorreu após o presidente Lula assinar um decreto, em 1º de janeiro deste ano, pedindo a revisão dos sigilos impostos por Bolsonaro.
Promessa de campanha
Ao tomar posse na Controladoria-Geral da União (CGU), na semana passada, Vinícius Marques de Carvalho anunciou ter constituído um grupo de trabalho para analisar a revisão dos casos de sigilos de 100 anos. “A partir de hoje, a Lei de Acesso à Informação voltará a ser cumprida. O Portal da Transparência voltará a desempenhar o seu papel. Não há democracia sem um estado transparente, aberto ao diálogo e o controle social, onde o sigilo não é a regra”, disse à época. (Fonte: O Globo)