Filho 03 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que aconselhou o pai a permanecer por mais tempo no exterior para estreitar relações com a extrema direita internacional, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) quebrou o silêncio a respeito do escândalo das joias doadas pela Arábia Saudita.
Em entrevista à coluna de Igor Gadelha, no portal Metrópoles, ele alegou que Bolsonaro não chegou a ter contato direito com os presentes milionários e atribuiu a repercussão do caso a uma “cortina de fumaça” criada pelo PT.
“Ele nem teve contato com essas joias. Um ano depois, quando ele descobriu que tinha algo lá parado, pediu para o coronel Cid averiguar o que era”, disse o deputado, admitindo que o pai pediu ao tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens da Presidência, para averiguar o material que estava retido na Receita Federal do Aeroporto de Guarulhos.
O material em questão eram as joias femininas da marca de luxo Chopard, avaliadas em R$ 16,5 milhões, que foram retidas em 2021, após inspeção na mochila de um assessor do ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque. Outro pacote, com joias masculinas, entrou de forma irregular no país e chegou às mãos de Bolsonaro no fim de 2022, conforme admitiu o próprio ex-presidente.
Ao comentar o escândalo, Eduardo Bolsonaro contou à coluna que sua família não esperava uma repercussão maior que dois ou três dias, após a denúncia veiculada pelo jornal O Estado de S. Paulo, no dia 3 de março. O impacto, segundo ele, trata-se de estratégia do governo Lula para “abafar” possíveis polêmicas. “Isso é cortina de fumaça para esconder outras coisas do PT”, disse o parlamentar.
Até o momento, apenas um filho de Bolsonaro havia saído em defesa do pai, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), conhecido como o mais ligado ao ex-presidente e mais engajado nas redes sociais, mantém o silêncio sobre o caso.