Reitor pró-tempore da Univasf, Paulo César Fagundes, é exonerado do cargo

Do Preto no Branco

O reitor pró-tempore da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Paulo César Fagundes Neves, foi exonerado do cargo pelo atual Ministro da Educação, Camilo Santana. A decisão foi publicada em portaria nessa segunda-feira (16).

O ex-reitor, Julianeli Tolentino, foi nomeado como novo reitor pró-tempore da Univasf e assumirá o cargo.

Fagundes é professor do curso de Medicina da instituição, e foi indicado como reitor pró-tempore da Univasf em 2020, pelo então Ministro da Educação, Abraham Weintraub, após um imbróglio judicial que suspendeu as eleições realizadas em novembro de 2019. Ele não participou das fases de consulta pública e seu nome não constava na lista tríplice enviada pelo Conselho Universitário (CONUNI).

Nas redes sociais, o professor Telio Leite, que foi eleito para o cargo em 2019 com cerca de 57% dos votos, mas ainda não pôde assumir a reitoria da Univasf, celebrou a mudança.

“A Univasf tem novo reitor pró-tempore. Minha esperança é que seja o fim da intervenção jurídica e política que tanto mal causou a nossa comunidade universitária nesses últimos tempos. Trabalhei com o professor Julianeli por oito anos e confio que irá se empenhar para que a democracia seja restabelecida na nossa Universidade. Seguiremos na luta. Reitor eleito é Reitor empossado”, escreveu.

Polêmicas

A exoneração de Fagundes já vinha sendo cobrada por estudantes e Conselho Universitário. A gestão temporária dele gerou desconforto dentro da comunidade acadêmica da Univasf, já que o mesmo se envolveu em diversas polêmicas.

Em dezembro do ano passado, um grupo de estudantes da UNIVASF-realizou um protesto na reitoria da instituição pelo pagamento das bolsas em atraso. Eles reclamaram ainda que seis ônibus estudantis estavam quebrados.

Os estudantes protestaram ainda contra o fechamento dos Restaurantes Universitários, ocasionado ao encerramento do contrato entre a empresa prestadora do serviço e a instituição.

Nos anos de 2021 e 2022, ele se destacou como
um dos servidores que mais gastou com viagens nacionais. Somente no ano passado, a despesa do de 210.253,86 reais.

“O que mais chama atenção da comunidade acadêmica é que esse gasto em viagens aconteceu em um momento de restrição orçamentária das universidades, que estão em uma crise financeira muito grande. Os alunos estão sem bolsa, os Restaurantes Universitários estão fechados, funcionários foram demitidos. Diante de tudo isso, qual a necessidade do pró-reitor viajar mais de 10 vezes para São Paulo, com diversas pernoites? Sabemos que quando ele pernoita, ele ganha uma diária a mais, e aumenta o custo. Outra pergunta: o que é que o reitor vai fazer três vezes em Guanambi? Ele tentou levar um Campus para lá, por interesse pessoal, já que a família dele tem negócios lá, e isso também já foi denunciado”, criticou uma fonte do PNB em dezembro do ano passado.

Em 2020, houve um impasse entre a reitoria da Univasf e a EBSERH, no que diz respeito a devolução, por parte da empresa, de 20 respiradores mecânicos, que seriam destinados ao tratamento de pacientes com a covid-19, ao Governo do Estado de Pernambuco. Na época, O Estado havia enviado 40 respiradores, 40 monitores e 45 mil unidades de EPIs ao HU. Entretanto, a EBSERH, a então gestora da unidade hospitalar, solicitou a devolução de metade dos respiradores e dos monitores. Na época, o secretário estadual de Saúde, André Longo, afirmou ter recebido com surpresa o pedido de devolução.

Ainda em 2020, no início do mandato, Fagundes foi acusado de instituir uma série de medidas antidemocráticas, desrespeitando, inclusive, o Conuni.

Redação PNB

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