Preso preventivamente desde o dia 20 de janeiro em Barcelona acusado de estupro, Daniel Alves recebeu a visita se sua primeira esposa no último domingo. O ex-jogador do Barcelona e seleção brasileira teria violentado uma mulher de 23 anos no dia 30 de janeiro de 2022 em uma boate na Espanha.
Na saída do presídio Can Brians 2, Dinorah Santana, com quem Daniel Alves tem dois filhos, disse aos jornalistas que o ex-marido, atualmente casado com Joana Sanz, é inocente.
– Não questionei ele sobre as versões porque sei que ele é inocente. Não teve perguntas a respeito disso. Meus filhos e eu acreditamos em sua inocência – disse Dinorah, citada pelo diário espanhol “El Periodico”.
– Acreditamos nele e cremos em sua inocência. É uma situação complicada para eles (filhos). Dani (Alves) tem família e filhos e muitas vezes nem tudo que se fala é verdade, e isso pesa muito na vida das crianças. E eu sou mãe, e quando os filhos sofrem, uma mãe sofre também – salientou.
De acordo com o El Mundo, o Ministério Público espanhol julgará Daniel Alves pelo crime de “agressão sexual com penetração”, com pena prevista entre quatro e doze anos. Fontes judiciais confirmaram à publicação que o brasileiro tem o agravante de “abuso de autoridade” e que a pena passaria de oito anos de reclusão. É esperado que seu julgamento ocorra até o fim desse ano.
A última decisão da Justiça espanhola em relação a Daniel Alves foi a manutenção da sua prisão até o fim do julgamento. O pedido de liberdade que veio da defesa do ex-atleta foi negado na última semana.
No despacho para a recusa do pedido de liberdade provisória, os juízes Eduardo Navarro Blasco, Myriam Linage Gómez e Carmen Guil Román justificam que o conhecimento de novas provas e o avanço da investigação “aumentam exponencialmente” o risco de fuga inicial. E também frisa que o brasileiro não tem ligações expressivas com a cidade de Barcelona, uma vez que estava na Espanha de férias. Ele seguirá aguardando o julgamento, enquanto a investigação já é considerada como avançada.
O documento afirma que há “diversos indícios da criminalidade de Daniel Alves” e que eles “não partem só das declarações da denunciante”. Também pesariam contra o brasileiro depoimentos de funcionários da boate, amigas da vítima e vídeos analisados. Além dos exames de corpo de delito e de DNA colhidos durante a fase de investigação.
A decisão tomada pela audiência em Barcelona é baseada apenas no pedido do advogado de Daniel Alves para sair da prisão, analisando o risco de fuga. Não foram analisadas provas para determinar se ele é ou não culpado, algo que será feito no dia do julgamento. Não há possibilidade de recurso sobre essa decisão, mas a defesa do jogador pode solicitar em caso de novas argumentações.
Defesa de Daniel Alves: “Sentença assimétrica”
A defesa do jogador brasileiro lamentou a decisão. Reforçou a crença na inocência do cliente e indicou pesos diferentes às provas produzidas no processo. Disse que o juízo considerou os indícios produzidos anteriormente no processo e desconsiderou os novos, produzidos pela defesa.
Cristobal Martell, advogado de Daniel Alves, vai preparar outro recurso ainda na tentativa de colocar o jogador em liberdade durante o processo. Confira a nota da defesa:
“Daniel Alves da Silva segue sendo tão inocente como era antes do veredito do processo. Sua vontade de abandonar a Espanha e evitar o proceso era e é inexistente. A sentença é assimétrica. Utiliza como indícios as afirmações de culpa que oferece o atestado policial e, por outro lado, os elementos de inocência que oferecem a defesa deixam para o julgamento oral.”