Durante uma ação policial no povoado do Rodeadouro, distrito do Salitre na tarde deste domingo (27), um jovem morreu vítima de disparos de arma de fogo.
Em nota, a Comunidade Quilombola de Alagadiço lamentou a morte do jovem e acusa a polícia de ter efetuado os disparos alegando que William “estava empinando uma moto”.
A representação da comunidade da qual o jovem fazia parte rebate a versão da polícia e e afirma que, segundo testemunhas, “William estava simplesmente em pé na motocicleta quando foi alvejado fatalmente pela polícia”.
A nota critica e repudia a ação policial pelo “uso excessivo de força, preconceito racial e discriminação por parte das autoridades que deveriam proteger todos os cidadãos.”
O PNB segue apurando o caso.
Nota de Repúdio: Ação da Polícia Militar em relação ao Jovem William da Comunidade Quilombola de Alagadiço, Juazeiro-BA
Nós, membros da Comunidade Quilombola de Alagadiço em Juazeiro, Bahia, manifestamos nosso profundo repúdio em relação à ação da Polícia Militar que resultou na trágica morte do jovem William, um integrante desta comunidade.
É com indignação e tristeza que observamos as circunstâncias em torno dessa fatalidade. A Polícia Militar alegou que o jovem estava empinando uma moto, porém, o testemunho de membros da nossa comunidade contradiz essa versão. Segundo relatos de testemunhas, William estava simplesmente em pé na motocicleta quando foi alvejado fatalmente pela polícia.
Este incidente trágico destaca um problema maior e sistêmico que enfrentamos. Vemos essa ação como um exemplo gritante de uso excessivo de força, preconceito racial e discriminação por parte das autoridades que deveriam proteger todos os cidadãos. A perda de William é uma lembrança dolorosa das vidas negras que continuam sendo afetadas pela violência e pelo racismo institucional.
É profundamente preocupante e lamentável que a população negra continue a enfrentar brutalidade por parte da polícia militar no estado da Bahia e em muitas outras regiões. A persistência desse problema destaca a necessidade urgente de abordar questões de discriminação racial, violência policial e desigualdade em todo o sistema de justiça e segurança pública.
Estamos unidos em nossa dor e determinação por mudança. Continuaremos a lutar contra o racismo estrutural e por um sistema de justiça que realmente proteja e sirva a todos os cidadãos, especialmente da população quilombola.
Comunidade Quilombola de Alagadiço
Juazeiro, Bahia
#vidasnegrasimportam
Redação PNB