A titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher, Madeleine Dikemann, contou que o jovem que confessou ter assassinado e tentado canibalismo contra uma colega de 17 anos não demostrou nenhum arrependimento pelo crime.
Na última sexta-feira, ele atraiu a jovem para sua casa com o argumento de que a presentearia com um livro. O assassinato brutal chocou a população de Atafona, em São João da Barra, no Rio de Janeiro.
“Ele não demostrou nenhum arrependimento, muito frio. Ele fez questão de narrar todos os detalhes do crime. No final do depoimento, eu questionei se ele estava arrependido e ele respondeu positivamente, mas a dinâmica corporal dizia o contrário”, pontuou a delegada.
Segundo o depoimento do jovem, os dois tinham interesse sobre histórias de serial killer. Apesar de se conhecerem há algum tempo, eles se tornaram mais próximos somente esse ano, quando começaram a estudar na mesma escola. De acordo com a polícia, antes de morrer a menina ainda conseguiu pegar uma faca para tentar se defender, mas o rapaz retirou das mãos dela, quebrou e jogou longe.
“Ele alega que esganou com as mãos, mas pelas fotos que nós temos do local, há a possibilidade de ele ter feito a asfixia através de fio de escova elétrica “, contou a delegada. O assassinato aconteceu em cômodo de uma quitinete que fica nos fundos do terreno da família do jovem.
Para tentar ocultar a morte da jovem, o rapaz usou o telefone celular da vítima e, se passando por ela, enviou uma mensagem para o namorado dela, de 16 anos, atraindo-o para a cena do crime. Lá o acusado diz ter matado a menina e esfaqueia o namorado dela por trás e entra em luta corporal com ele.
“Segundo o autor a intenção dele era acertar a carótida (veia do pescoço que faz a ligação entre o cérebro e o coração) do namorado da vítima para ser mais rápido, mas o menino se desviou e (a facada) atingiu a bochecha”, disse a delegada.
Os gritos do rapaz chamaram a atenção da irmã do acusado. Ela ainda teria a convidado para participar do crime, segundo a delegada, mas a jovem se recusou e levou o irmão para a rua, onde ele foi agredido por populares.
“Matou a vítima de forma premeditada, através de emboscada”, disse Madeleine Dikemann —É réu confesso. Matou a vítima porque tinha intenção de matar alguém e escolheu, infelizmente, essa menina de 17 anos, que era amiga dele.
O rapaz foi classificado pela delegada como “bastante frio”. O corpo da jovem morta por ele foi sepultado neste sábado. O namorado dela segue internado.
A delegada afirmou que o rapaz vai responder por homicídio qualificado praticado contra a colega e por homicídio qualificado tentado contra o namorado dela, cuja pena é de 12 a 30 anos de prisão, além de vilipêndio à cadáver, com pena de um a três anos de detenção, e estupro.(Agência O Globo)