PT perde hoje em todas as capitais

Partido oficial do Poder Central, o PT tende a sofrer um massacre nas urnas em outubro, quando os municípios escolherão seus prefeitos e vereadores. Se as eleições fossem hoje, não faria nenhum prefeito nos principais colégios eleitorais do País – São Paulo, Minas e Rio de Janeiro.

Em São Paulo, o partido se aliou ao pré-candidato do Psol, Guilherme Boulos, mas quem lidera é o prefeito Ricardo Nunes (MDB). Em Belo Horizonte, quem lidera é o pré-candidato do PL, Bruno Engler, e o pré-candidato do PT, Rogério Correia, está em terceiro, perderia hoje até para Carlos Viana, do Podemos. No Rio, nem candidato o partido tem.

Como no Recife, está brigando para emplacar o vice de Eduardo Paes (PSD), que lidera todas as pesquisas. No Sul, o desastre eleitoral que se avizinha ainda é muito. Em Curitiba, Carol Dartora, a pré-candidata petista, tem apenas 3,8% das intenções de voto. Ali, quem lidera é o pré-candidato do PSD, Eduardo Pimentel, com 15,2%, num cenário de empate com Ney Leprevost, do União Brasil, que aparece com 11,2%.

Já em Porto Alegre, quadro que passou a chamar a atenção por causa das enchentes, quem lidera é o prefeito Sebastião Melo, do MDB, que aparece com o dobro das intenções de voto para a petista Maria do Rosário. Em Florianópolis, quem está à frente das pesquisas é o prefeito Topázio Neto (PSD), enquanto a petista Carla Ayres aparece com apenas 3,5%.

NORDESTE ADVERSO – Região que, proporcionalmente, deu mais votos a Luiz Inácio Lula da Silva nas últimas eleições presidenciais, o Nordeste é também, paradoxalmente, um problema para o PT na disputa municipal. Sem ter elegido nenhum prefeito de capital de Estado quatro anos atrás, o partido ainda não tem nenhum candidato competitivo na região. Na maioria, tende a se aliar a partidos que, hoje, estão na base do governo Lula. O apoio se dará mesmo naqueles estados que deram um caminhão de votos para o atual presidente, em 2022, como a Bahia, governada pela legenda há 17 anos.

Fortaleza e Teresina, as possíveis exceções – O PSB, mais forte aliado do lulismo no campo progressista, conta com o apoio de Lula para reconduzir João Campos à Prefeitura de Recife, e eleger o deputado estadual Duarte Junior, em São Luiz. O MDB, por sua vez, quer ter Lula como cabo eleitoral nas disputas majoritárias de Salvador e de Maceió. O PT, por enquanto, estuda lançar candidatura própria em Fortaleza, João Pessoa, Natal, Teresina e Aracaju, mas apenas nas capitais do Ceará e do Piauí os pré-candidatos da legenda largaram com boas intenções de voto.

Sem nome próprio em Salvador – Na Bahia, Estado governado há 17 anos pelo PT, a disputa pela Prefeitura da capital deve ficar polarizada, novamente, entre um candidato da base aliada de Lula e um do Carlismo (comandado pelo ex-prefeito ACM Neto), que, com apoio do bolsonarismo, tentará reeleger o prefeito Bruno Reis (União Brasil). O candidato apoiado pelo PT deve ser o atual vice-governador do Estado, Geraldo Júnior (MDB), com aval do governador, Jerônimo Rodrigues.

JHC deve ser reeleito em Maceió – O PT também deve apoiar um candidato do MDB em Alagoas. Ali, a disputa tem uma característica diferente, por envolver dois caciques da política nacional – o senador Renan Calheiros (MDB) e o deputado Arthur Lira (PP). O apoio de Lula é apontado pelo grupo de Calheiros como estratégico para evitar que o atual prefeito, João Henrique Caldas (conhecido como JHC), do PL do ex-presidente Jair Bolsonaro, se reeleja com o apoio de Lira. Bem avaliado, JHC lidera todas as pesquisas e tem amplas chances de ser reeleito, impondo mais uma derrota ao PT na capital alagoana.

Recife sem a vice, São Luiz indefinido – No Recife, o socialista João Campos deve se reeleger apoiado por uma ampla frente de apoio à esquerda e à direita. Mas setores do PT, que quer, mas não vai indicar o vice, defende candidatura própria e tem no nome do ex-prefeito e atual deputado estadual João Paulo sua principal aposta. Em São Luiz, a ida do ex-governador do Maranhão Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal movimentou o tabuleiro político. Sem seu mais influente padrinho, o atual governador Carlos Brandão herdou a responsabilidade pela costura que deve unir o PSB ao PT como líderes de uma ampla frente de partidos na disputa pela Prefeitura de São Luiz. O nome preferido do governador é o do deputado federal Duarte Júnior, com a vaga de vice indicada pelos petistas.

Por: Magno Martins

Post Author: Rogenilson Reis

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