Jerônimo Rodrigues (PT disse ter levado tema ao presidente Lula; grupo espanhol quer aval para renovar exploração até 2057
O governador Jerônimo Rodrigues (PT) voltou a criticar a ineficiência do serviço prestado pela Neoenergia Coelba e prometeu um monitoramento periódico do processo de investimentos de energia elétrica na Bahia. Segundo ele, o mecanismo será implementado independentemente de o grupo espanhol receber aval do Ministério de Minas e Energia para explorar uma nova concessão até 2057.
Jerônimo diz que levará o tema ao presidente Lula.
“A Bahia paga os serviços de eletrificação, de energia, da Coelba. Por isso nós exigimos respeito. E o presidente Lula vai, sim, ouvir a gente. Não estou aqui dizendo se [a Coelba] vai ou não vai [renovar a concessão]. Mas nós precisamos de um plano. A empresa que ganhar, seja a renovação com a Coelba ou com outra, eu vou querer monitorar de seis em seis meses, ou de três em três meses, o processo de investimentos”, afirmou o governador.
Distribuidora de energia no estado há quase três décadas, o grupo Neoenergia poderá renovar automaticamente sua concessão se obtiver uma resposta positiva do governo federal até o fim de 2026. Recentemente, a empresa anunciou investimentos da ordem de R$ 13,3 bilhões em território baiano.
“Eu não faço a concessão do setor de energia, mas eu quero botar na mesa do presidente Lula o que já botei desde o meu primeiro dia de governo, quando ele me perguntou: ‘Qual é a sua dor de cabeça?’. Eu respondi que uma delas, além da segurança pública, é a regulação. Eu tenho problema de energia. A gente vai para fora do país, convida uma empresa, ela vem, chega aqui, e não tem energia”, afirmou Jerônimo.
O governador disse ter ouvido de representantes do setor de algodão que a Bahia poderia agregar valor ao produto já exportado não fosse o gargalo energético.
“Eu visitei uma associação brasileira de algodões, a Abrapa, fui lá pela tarde, visitar a sede em Brasília, me reuni com eles. Eu quero muito ver a Bahia sair da segunda posição de algodão e ir para a primeira, mas não é só pluma e caroço, eu quero ver a Bahia produzir é fios, tecidos, exportar valor agregado. Temos que continuar exportando, principalmente para a Índia, para a China.”
Jerônimo comparou a atuação da Coelba aos recorrentes problemas com a ViaBahia, concessionária que administra as BRs 324 e 116 e cujo contrato já está no fim.
“A Coelba participou de um processo seletivo, há 20, 30 anos atrás, ela sabia da responsabilidade dela, assim como aconteceu com a ViaBahia, a ViaBahia não cumpriu as ordens que estavam no contrato”, declarou.