O deputado federal Capitão Alden (PL-BA) declarou, em entrevista exclusiva ao BNews, que a base aliada ACM Neto (União Brasil) ainda vive um clima de “ressaca” por conta da derrota para Jerônimo Rodrigues (PT) na eleição de 2022. O parlamentar cobra um empenho maior dos líderes de oposição para uma composição de chapa, já que o próprio ex-prefeito de Salvador, na visão dele, parece não estar se articulando para o pleito.
“As conversas precisam começar desde já. De um lado, fala-se de uma chapa de ex-governadores. E do lado de cá, o clima é de ressaca das eleições municipais. Os números das eleições municipais do ano passado mostraram um ponto de partida muito pior que as eleições de 2022 no grupo de ACM Neto”.
Para o bolsonarista, quando se leva em conta as coligações do atual governador, houve um aumento de prefeituras e volume de votos após a eleição do ano passado.
“Quando levamos em conta a oposição, observamos uma redução de prefeituras e volume de votos. Isso sem contar o movimento quase diário de migração de prefeitos para a base do governo. É necessário que a oposição comece a se movimentar. As eleições se ganham a partir das coligações e das prováveis coligações”, ressalta.
“Entendo que o quadro é difícil, mas acredito que é reversível. Mas isso depende de liderança. É importante que os líderes da oposição assumam a liderança desse processo. A Bahia não aguentará mais quatro anos do PT”.
O deputado afirmou ainda que a oposição não vai sobreviver se continuar com a atual postura. “É um sintoma de uma crise agravada por ACM Neto. Esse discurso de que ‘vamos nos unir para derrotar o PT’ não cola mais. Sugiro que haja um reajuste na relação com as bases”, afirma, defendendo ainda que os oposicionistas comecem a se articular para que um nome seja lançado.
“Tenho ouvido políticos de diversos partidos da oposição e eles, de fato, estão muito preocupados com essas divisões e essa falta de visão a curto, médio e longo prazo. A base já tem a chapa pronta com ex-governadores e a base da oposição ainda não foi apresentada. Não se sabe se será ACM Neto ou João Roma, e não se nota nenhum movimento dos dois no sentido de unir as bases”, opina.
“ACM Neto tem 18 deputados que poderiam estar auxiliando, inclusive na captação de prefeitos que eventualmente ainda estão órfãos ou desabrigados por terem perdido a eleição. A gente não vê essa liderança de construção de confiança para criar uma unidade para o enfrentamento do PT. Muito se fala em ACM Neto sair ou não candidato. Caso ACM Neto saia, o terreno estará preparado?”, continua.
Alden ainda sinaliza que, caso Neto desista, seu eventual substituto pode ser usado como bode expiatório. “É jogar essa pessoa na cova dos leões. Independente de quem venha a ser o político do bloco de oposição, é preciso começar as conversas”, ressalta.
O parlamentar afirma ainda que os políticos do bloco de oposição estão se sentindo desprestigiados.
“Ele [ACM Neto] não recebe lideranças e acredito que não seja por falta de recursos. ACM Neto não tem a máquina na mão, mas tem uma base de 18 deputados que poderia tentar trazer essa base de prefeitos. E você não vê isso”, reclama.
“Se houver uma determinação de Bolsonaro, a gente pode pensar numa composição”
Questionado pelo BNews sobre as articulações do PL e se o partido pretende lançar um nome, Alden afirma que a sigla está aguardando o posicionamento do ex-presidente Jair Bolsonaro – que, na visão dele, ainda pode ser candidato em 2026 caso esteja elegível.
“No momento, a gente está aguardando a orientação do presidente Bolsonaro. Não há outros nomes colocados. Se houver uma determinação de Bolsonaro, a gente pode pensar numa composição”, ressaltou.
Segundo ele, a sigla baiana ainda não se reuniu para avaliar o resultado eleitoral de 2024. “Passadas as eleições de 2024, é preciso que tenhamos uma reunião. Não tivemos nenhum tipo de análise, nenhum panorama, nada foi discutido até o momento. 2026 é logo ali”, avalia o parlamentar.
