Março Azul Marinho: diagnóstico precoce é essencial para combate ao câncer do intestino

Terceiro tipo mais comum no país, doença tem mais de 20 mil vítimas fatais por ano

O câncer colorretal, também chamado de câncer de intestino, é o terceiro tipo mais frequente no Brasil. No entanto, seu diagnóstico precoce ainda é um grande desafio, pois a doença pode não apresentar sintomas nos estágios iniciais, dificultando sua detecção. Médica oncologista e professora do IDOMED, Renata Barth Almeida explica que o exame mais eficaz para a identificação precoce da doença é a colonoscopia, procedimento que permite visualizar o interior do intestino e remover lesões antes que evoluam para um tumor maligno. “Infelizmente, muitos pacientes só buscam ajuda quando já apresentam sintomas como sangue nas fezes, alteração do hábito intestinal, dor abdominal ou perda de peso inexplicável. O ideal é realizar exames preventivos conforme a recomendação médica, antes que esses sinais apareçam”, diz.

Com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico precoce, a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (Sobed) e a Sociedade Brasileira de Colonoscopia (SBCP) criaram, em 2014, a campanha Março Azul Marinho. A iniciativa busca alertar sobre as formas de prevenção e incentivar a detecção precoce do câncer colorretal, aumentando as chances de cura e qualidade de vida dos pacientes.

Uma análise do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), apontou que os diagnósticos de câncer colorretal aumentaram 80,3% entre 2015 e 2023. E segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA) a previsão para o período de 2023 a 2025 é que o país contabilize cerca de 45 mil novos casos da doença por ano, sendo aproximadamente 21 mil em homens e 23 mil em mulheres. Em 2020, foram registradas mais de 21,3 mil mortes pela doença, com uma taxa de mortalidade de 11,67 a cada 100 mil habitantes.

Segundo a médica oncologista, a idade e o histórico familiar podem influenciar o risco da doença. “A idade é um dos principais fatores de risco, especialmente após os 50 anos. Além disso, o histórico familiar tem um papel importante; ter parentes de primeiro grau que tiveram câncer de intestino aumenta o risco, principalmente quando o diagnóstico aconteceu de forma precoce”.

Além da idade e da genética, o estilo de vida também desempenha um papel fundamental no surgimento do câncer colorretal. “Uma alimentação rica em gorduras saturadas, carne vermelha e processada, associada a um baixo consumo de fibras, aumenta consideravelmente o risco. O sedentarismo, a obesidade, o tabagismo e o consumo excessivo de álcool também são fatores preocupantes”, afirma a especialista. Segundo ela, pequenas mudanças na rotina podem reduzir significativamente o risco da doença. “Adotar uma dieta equilibrada, rica em frutas, legumes e grãos integrais, praticar atividades físicas regularmente e manter um peso saudável são atitudes essenciais para a prevenção.”

Fisioterapeuta, mestra em Ciências da Saúde e professora de Fisioterapia na Estácio, Renata Serafim Espindola explica que nos estágios iniciais o câncer de intestino pode ser assintomático,

dificultando o diagnóstico precoce. Com o avanço da doença podem surgir alguns sinais como: diarreia ou prisão de ventre persistente, presença de sangue nas fezes, dor e desconforto abdominal, sensação de evacuação incompleta, cansaço, fadiga constante e anemia. “O diagnóstico tardio reduz as chances de cura dos pacientes e aumenta o custo do tratamento. Por isso, a detecção precoce é a estratégia mais eficaz para salvar vidas e evitar gastos elevados com intervenções invasivas”.

Post Author: Rogenilson Reis

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