Graciete Sanches, de 68 anos, desapareceu no dia 1º de outubro quando ia à igreja e corpo foi encontrado neste sábado. Sobrinha diz que o homem apontado pela família como assassino se dizia preocupado com o sumiço
Rio – A filha da pensionista Graciete Maria Sanches da Silva, de 68 anos, acusou neste sábado seu ex-marido de ter matado a mãe dela por vingança devido ao fim do relacionamento. A idosa estava desaparecida desde o dia 1º de outubro e o corpo foi encontrado, na tarde desta sexta-feira, enterrado no quintal da casa onde ela morava, no bairro Granjas Cabuçu, distrito de Manilha, em Itaboraí, Região Metropolitana do Rio.A operadora de supermercado Daisy Sanches, de 38 anos, afirmou que seu ex-marido não aceitava o fim do relacionamento. Eles foram casados por mais de 20 anos. Na semana passada, a filha relatou ao DIA que a mãe tinha desaparecido após sair de casa para ir à Igreja Universal do Reino de Deus, em Del Castilho, na Zona Norte do Rio, como de costume.“O meu ex-marido é o principal suspeito. É o único que estava no local. Estávamos juntos há 20 anos. Ele não aceitava o fim do relacionamento. Ele chegou a ser detido e levado para à Delegacia de Homicídios (de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí) ontem, mas o soltaram por falta de provas. Falei para o policial: ‘Você vai soltar? Ele não tem residência fixa, nem trabalho!’. Ele fez isso (matar a sogra) para me atingir, para tirar o meu chão”, afirmou a filha da vítima.O corpo foi encontrado em uma cova rasa por um cunhado de Daisy. O assassino ainda jogou folhas de árvore e grama em cima para disfarçar o local. “O meu cunhado foi quem achou. Ela estava enterrada em uma cova rasa. O assassino ainda queimou umas folhas de coqueiro para disfarçar. Ele aproveitou e cortou grama e jogou em cima da cova para que ninguém achasse”.Geysa Sanches, sobrinha da vítima, disse que seu marido ficou desconfiado quando viu o montinho de grama e folhas no quintal e que o homem apontado pela família como autor do crime se dizia preocupado com o sumiço da idosa. “O meu marido estava desconfiado desde que viu aquele montinho. O meu cunhado falava que estava preocupado com o sumiço da minha mãe e que estava ‘ajudando’ a procurá-la. Tudo mentira! Em momento algum ele mostrava sentimentos. Ontem mesmo ele falava: ‘Não fiz nada, estou sofrendo, estão me acusando’. Ontem fez 11 dias dela desaparecida. Ficávamos pensando: ‘Será que está viva, sofrendo?’. Ela não tinha inimigos. Muito triste perder minha mãe assim (chorando bastante)”, desabafou Geysa.Dívidas e agressão contra a exDaisy disse que o ex-marido lhe devia R$ 850 em dinheiro e prestações de um carro. Ela relatou ainda que discutiu com o homem há 15 dias e que foi agredida na ocasião. “Estou com medo. Há 15 dias tivemos uma briga. Ele pegou uma cadeira e arremedou em mim. Meu braço ficou roxo e meu dedo inchado. Ameacei que iria denunciá-lo. Ele ficou com medo de isso poderia atrapalhar ele de não conseguir receber uma indenização que tem pra receber, aí ele me deixou sair. A minha mãe até interveio”, afirmou Daisy.“No último mês, a minha mãe dava comida, café da manhã pra ele. Como ele pode ser capaz de fazer isso com ela? Quero justiça!”, acrescentou. O sepultamento será neste domingo, às 13h, no cemitério de Itaboraí.Polícia faz perícia e colhe depoimentosA assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que a Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo fez o exame pericial e que os familiares já foram ouvidos. “A diligências seguem em andamento para apurar a autoria e materialidade do fato”, afirmou em nota. Um investigador disse apenas que “depoimentos importantes” foram obtidos e que o inquérito está em andamento, mas não passou mais detalhes para não prejudicar a investigação.A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar ressaltou que, “na tarde desta sexta-feira (11/10), policiais militares do 35ºBPM (Itaboraí) foram acionados para ocorrência na Rua F, no bairro Granjas Cabuçu, em Itaboraí, onde o corpo de uma mulher foi encontrado. A área foi isolada e a perícia acionada. O caso foi registrado na Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí”.* Colaborou: Renan Schuindt