O governador Rui Costa (PT) concedeu uma entrevista ao jornal Folha de São Paulo, publicada neste sábado (14), onde fez projeções para o futuro. Questionado se será candidato a presidente em 2022, o petista baiano respondeu que quer “contribuir para o Brasil”.
“Tenho quatro filhos, o que quero para eles quero para os dos outros. Eles não merecem crescer num país com essa intolerância, essa pobreza. Não quero esse país”, declarou, fazendo aceno ao ex-presidente Lula.
“Sou filiado a um partido e estou à disposição para qualquer papel que me for designado. Posso ser candidato a qualquer coisa em 2022, como posso ser candidato a nada. Eleição não é uma obsessão. Vamos discutir, mas acho que o cenário ainda está longe. Estou desapegado. O nome mais forte do PT é Lula”.
Para Rui, “Lula sempre foi maior que o PT”. “Isso não é único dele. Várias lideranças do PT são maiores eleitoralmente do que o partido. Se o eleitor confia, pode fazer ressalva ao partido, mas vota. Se encaixarmos um discurso de desenvolvimento, inclusão social, união do Brasil e diálogo temos boas chances de um excelente desempenho”.
O chefe do Palácio de Ondina disse que ainda é “prematuro” falar sobre o PT abrir mão da cabeça de chapa. “Acho pouco provável não ter candidato. Candidatura você não impõe em nenhum nível, você constrói, lidera”, explica.
Ainda na entrevista, Rui defendeu que “Lula precisa pregar a pacificação do país, e PT deve ajustar discurso”.
Tom de Lula
O governador comentou o discurso raivoso adotado pelo ex-presidente Lula após deixar a prisão, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo. A declaração repercutiu nas redes sociais, levando o petista baiano a ficar entre os cinco assuntos mais comentados do Twitter, na manhã deste sábado (14).
“Acho natural que quem ficou preso um ano injustamente faça declarações duras. Mas o Lula governou o país durante oito anos como um conciliador. Essa concertação, com empresários, trabalhadores, sociedade, fez com que o governo dele fosse de maior desenvolvimento nos últimos séculos”, comentou o governador. “Esse modelo que eu defendo. Acho que ele, independentemente de qualquer questão eleitoral, vai voltar ao leito de ser um conciliador nacional”, completou.
Lula subiu o tom após deixar a prisão, atacando adversários e até mesmo a imprensa. As falas do petista foram, inclusive, comparadas ao o tom adotado tradicionalmente pelo presidente Jair Bolsonaro.
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