Dois dias após o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Anselmo Brandão, classificar como “fato isolado” o vídeo em que um adolescente de 16 anos é espancado por um PM em Paripe, uma outra imagem de agressão de policiais militares vem à tona. No vídeo, que circula nas redes sociais ao qual o CORREIO teve acesso, aparece um polícial militar chutando o rosto de um homem.
A vídeo teria sido gravado na última terça-feira (4) no Pelourinho. Na imagem, dois PMs abordam um homem negro de camisa vermelha, bermuda e mochila amarela. A imagem inicia com o homem agachado rente à um muro, ocasião em que leva um chuto no rosto de um dos PMs.
pós a porrada, o homem se levanta e argumenta algo com os policiais e joga a mochila no chão, ao mesmo tempo que aponta os braços para o outro lado, como se estivesse indicando alguma coisa aos policiais.
Em resposta às preguntas do CORREIO, a PM divulgou a seguinte nota: “A Polícia Militar informa que só tomou conhecimento desse vídeo agora e o comando geral determinou a instauração imediata de um feito investigatório para esclarecer as circunstâncias do fato. Independentemente do resultado da apuração, a Corporação reitera que é inaceitável qualquer tipo de agressão praticada por policiais militares e todas as denúncias serão rigorosamente apuradas”.
O vídeo foi postado quatro dias após a divulgação de outro vídeo, também relacionado à agressão de um PM. Na imagem, durante uma abordagem terminou com murros e chute dados nas costas de um jovem negro, além de insultos racistas por parte de um PM. A ação foi gravada no último domingo (2) no bairro de Paripe, no Subúrbio Ferroviário de Salvador.
Na abordagem truculenta, o policial retira a boina do rapaz, que usa cabelo no estilo black power, e a joga no chão. Ao ouvir o rapaz dizer que é trabalhador, o PM retruca: “Você pra mim é um ladrão. Você é vagabundo! Essa desgraça desse cabelo. Tire aí [o chapéu], vá! Essa desgraça aqui. Você é o quê? Você é trabalhador é, viado?”
Entrevistado ao CORREIO o rapaz disse que deseja “cortar o cabelo” por conta do trauma e da possibilidade de o PM reconhecê-lo e fazer algo pior após a repercussão do caso.
O vídeo começou a viralizar depois que diversos perfis começaram a compartilhar a gravação. Um deles foi o ativista social Raull Santiago, criador e integrante do Coletivo Papo Reto, grupo com sede no Rio de Janeiro que atua na denúncia de violações de direitos humanos especialmente nas comunidades carentes do país.
Correio da Bahia. Foto: Reprodução