O pessimismo do setor de bares e restaurantes ainda não é totalmente compartilhado pelo comércio. Com o crescente isolamento social imposto pela pandemia de coronavírus, os donos de bares e restaurantes estão prevendo demissões de até 50% da força total de trabalho nos próximos dias.
Em Juazeiro e Petrolina, Paulo Afonso e Senhor do Bonfim, cidades de portes médios, os desligamentos podem afetar centenas de pais de família nos próximos dias.
Com o objetivo de intensificar as ações de enfrentamento ao coronavírus no Estado de Pernambuco, que contabiliza atualmente 22 casos confirmados, o governador Paulo Câmara anunciou, nesta quinta-feira (19), um novo pacote de medidas restritivas. O novo decreto que entra em vigor a partir deste sábado (21.03) determina o fechamento dos shoppings, salões de beleza e correlatos, clubes sociais, bares, restaurantes, lanchonetes e comércio de praia.
“Bares e restaurantes poderão continuar a funcionar, desde que apenas para a realização de entregas. Os parques e praias permanecerão abertos exclusivamente para corrida, caminhada e outras práticas esportivas”, destacou o governador.
Um garçom, que prefere não ser identificado, diz que infelizmento, o isolamento social adotado para evitar a propagação do vírus é especialmente prejudicial para os bares e restaurantes.
Em meio à crise, a recomendação da Abrasel ( Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) é apostar nos pedidos por delivery, que devem apresentar aumento de demanda nas próximas semanas. “Estamos recomendando todos os cuidados com a parte de saúde. Temos de implementar a reclusão social, não tem jeito”.
Nacionalmente, a previsão de cortes no setor também é de 50% da força de trabalho. Dos 6 milhões que trabalham em bares e restaurantes em todo o Brasil, 3 milhões devem perder os empregos nos próximos 30 ou 40 dias, de acordo com projeções do presidente da Abrasel, Paulo Solmucci. Segundo o dirigente, o faturamento das empresas do setor praticamente zerou nos últimos dias e os empresários não teriam recursos para cobrir as folhas de pagamento.
De acordo com a Abrasel, o faturamento dos bares e restaurantes já caiu entre 30% e 70% em relação ao normal com a queda de movimento causada pela pandemia. O presidente da associação afirma que participou de reunião com o presidente Jair Bolsonaro, na qual pediu estímulos fiscais ao governo federal.