O historiador afirmou que a aposta do governo Bolsonaro na hipótese da imunidade de rebanho “é um crime”. Ele condenou a estratégia defendida pelo governo federal e demonstrou como “milhões de brasileiros morreriam se essa insanidade tivesse continuado”
O historiador e professor João Cezar de Castro Rocha, em entrevista à TV 247, avaliou que o governo Bolsonaro, através do plano da “imunidade de rebanho”, planejava ter milhões de brasileiros mortos. Para ele, a hipótese é um “crime”.
“A hipótese da imunidade de rebanho, se desse certo, é um crime. Porque, na verdade, o governo Bolsonaro jogou roleta russa com as nossas vidas. O governo Bolsonaro desejava que 70% da população fosse contaminada pelo vírus, mas desses 70%, aproximadamente de 2% a 3% morreriam. Matematicamente, nós estamos falando de milhões de mortos. Este é o crime do governo Bolsonaro”, disse o historiador.
João Cezar afirmou que o objetivo da estratégia de contaminar a população e defender o uso de remédios sem eficácia comprovada contra a Covid-19, como a cloroquina, tinha um único objetivo, de manter a economia funcionando: “Nós não devemos perder tempo disputando narrativas com bolsonaristas sobre a eficiência ou não da cloroquina. Vamos deixar que eles tomem overdoses de cloroquina. O que nós precisamos dizer é o seguinte: a cloroquina não vale por si só. O tratamento precoce nunca foi uma finalidade em si mesma. O objetivo real era manter a economia funcionando, independentemente do número de mortos que haveria. Para tanto, era preciso convencer a sociedade de que a letalidade era baixa e que havia remédios disponíveis para evitar que a doença se tornasse um caso grave. Mas, matematicamente, são milhões de brasileiros que morreriam se essa insanidade tivesse continuado”.