Guerras de espadas foram registradas em Cruz das Almas, no recôncavo baiano, na noite de quarta-feira (23), véspera de São João, mesmo com as restrições impostas por causa da pandemia, proibição da prática desde 2011e equipes da polícia fazendo rondas na cidade. Registros de guerras de espadas também foram feitos na cidade de Senhor do Bonfim, norte da Bahia.
Imagens mostram espadeiros em Cruz das Almas, jogando o artifício no chão, o que faz o material se deslocar sem direção, podendo causar ferimento a outras pessoas. Alguns atiram o material para o alto, para que ele também gire desordenadamente.
No sábado e domingo, outros pontos onde havia guerra de espada foram registrados por moradores. Da mesma forma ocorreu na noite de terça feira (22), na Rua Alberto Passos, onde a polícia dispersou um grupo.
Equipes da Polícia Militar realizaram rondas nos bairros da cidade para impedir a guerra de espadas, e algumas pessoas foram flagradas fugindo da fiscalização. Uma pessoa chegou a ser presa na terça-feira (22).
Segundo a superintendente de Saúde da cidade, Caliane Ferreira, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) local não tem capacidade para atender pacientes com ferimentos graves e não dispõe de serviço de cirurgia de urgência e emergência.
“A espada, além da queimadura, ela pode causar um trauma no paciente. E não só existir a queimadura, mas também uma fratura ou algo mais grave. Essa também é nossa preocupação, porque o Município não dispõe de serviço de cirurgia de urgência e emergência. Esses pacientes serão submetidos à regulação para as unidades de referência”, comentou.
Flagras da guerra de espada também foram feitos na cidade de Senhor do Bonfim, no centro-norte da Bahia, na noite de quarta-feira. Vídeo mostram pessoas aglomeradas acompanhando a “batalha”, e é possível ver que um dos espadeiros solta um material que cai em cima do telhado de uma casa, próximo à uma fiação de energia elétrica.
As batalhas também estão proibidas em Senhor do Bonfim desde 2017, após decisão do Tribunal do Justiça da Bahia (TJ-BA), por recomendação do Ministério Público. A atividade também é considerada ilegal pelo estatuto do desarmamento.
Não há informações sobre apreensão de espadas ou se alguém foi levado à delegacia. Fabricar, possuir ou soltar espadas é crime, com pena que pode chegar a seis anos de prisão.G1 Bahia Foto Reprodução TV Bahia