Número de novos casos de Covid-19 dispara no Japão durante Olímpiadas e cidades entram em estado de emergência

A escalada da Covid-19 em Tóquio na primeira semana das Olimpíadas, com recordes diários de casos na cidade e no país, colocou o governo japonês ainda mais sob pressão e alerta. Não há, porém, dados que vinculem até o momento o evento esportivo ao aumento dos diagnósticos.

Há três semanas, a anfitriã dos Jogos Olímpicos registrou 882 casos. Nesta sexta-feira (30), sete dias depois de sua abertura oficial, foram 3,3 mil, terceiro dia consecutivo acima do patamar de 3.000. Pela primeira vez o Japão tem 10 mil casos em um mesmo dia.

O governo anunciou que as cidades de Saitama, Chiba, Kanagawa e Osaka se incorporam a Tóquio no estado de emergência a partir do dia 2, e outras pode ser incluídas em breve, como Hokkaido, Ishikawa e Kyoto.

Segundo o ministro da Saúde, Norihisa Tamua, o país entrará agora numa “fase assustadora e diferente de antes”.

O decreto de emergência orienta bares e restaurantes a não venderem bebida alcóolica e a fechar as portas às 20h. Mas nem todos cumprem as recomendações. A medida vale até o dia 22 de agosto e deve ser prorrogada. Especialistas locais apontam uma certa fadiga da população em respeitar os protocolos.

O número de mortos no Japão por causa da Covid-19 não é algo tão expressivo no contexto local (15,1 mil em 892 mil casos), mas as autoridades têm sido cobradas a reagir em meio a um processo de vacinação lento (apenas 27,6% da população tomou duas doses) e dificuldade em convencer os japoneses a cumprir protocolos, principalmente de distanciamento social.

Segundo informações do comitê, 220 testes positivos vinculados às Olimpíadas foram detectados até agora desde o dia 1º de julho. Desses, 26 são de hóspedes da Vila Olímpica, 12 jornalistas e apenas 4 voluntários.

Ao todo, 40 mil pessoas desembarcaram na cidade para o evento, de acordo com dados oficiais. Desde então, 346 mil testes de Covid foram feitos dentro de uma rotina de exames constantes nos credenciados. Uma espécie de “bolha olímpica” foi criada para tentar separar os participantes dos Jogos dos moradores locais durante a competição esportiva, que termina no dia 8.

Quem chega para participar das Olimpíadas, por exemplo, só pode sair da “bolha” após 14 dias de restrições e um teste negativo de Covid. Como a maioria dos envolvidos desembarcou às vésperas do evento, a percepção é de que não há tanto contato com a população local.

Fonte: Folhapress

Post Author: Rogenilson Reis

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