Após novas aglomerações no final de semana, infectologista alerta: “Não estamos livres do Covid”

O médico infectologista do instituto Couto Maia, Claudilson Bastos, alertou nesta segunda-feira (16) que – embora os índices de internação, infecções e mortes venham diminuindo no Estado – “não estamos livres do Covid – e não estaremos tão cedo”.

No último final de semana, vídeos registraram aglomerações no Porto da Barra, em Salvador, e Morro de São Paulo. As imagens mostram pessoas também sem  máscara. Em entrevista ao Jornal da Bahia no Ar, da rádio Metrópole, Bastos comentou a situação.

“Vírus, por natureza, sofrem mutações. Sofrem variantes. Obviamente que quanto maior o tempo que o vírus tiver de circulação no ambiente, quanto maior a possibilidade de aglomerações com proximidade, maior será a situação de multações”, explicou na manhã desta segunda-feira (16).

O especialista acrescentou que mutações podem ser boas ou ruins para vírus, e destacou que alcançar uma taxa de vacinados, com as duas doses contra a Covid-19, acima de 70% possivelmente diminuirá a chance do surgimento de novas cepas do Sars-Cov-2. 

“Estamos vendo que esta variante Delta apareceu e a gravidade dos internamentos tem ocorrido muitas vezes pela falta de conscientização das pessoas não terem ido se vacinar. As mortes que estão tendo por covid, na maioria das vezes, estão relacionadas ao não uso da vacina”, analisou.

Primeiro identificada na Índia, a Delta é mais contagiosa que outras cepas do Sars-Cov-2 – bem como a sua sub variante, a Delta Plus. Recentemente, a variante Lota, identificada em  Nova York, chama atenção pela letalidade. Atualmente, nenhuma delas tem casos registrados na Bahia.

Até o momento, os imunizantes existentes no mercado tem conseguido manter suas eficácias para novas variantes do novo coronavírus. Contudo, de acordo com o infectologista, é importante que a vacinação aconteça rapidamente, e que a população compareça aos postos de saúde para se  imunizar. 

A vacina contra a Covid-19 não é 100% eficaz contra a doença – assim como imunizantes que combatem outras doenças. Ainda assim, salienta o médico, o fato não deve desestimular a população a buscar suas doses quando tiver direito a elas.

As vacinas – “qualquer uma delas” – evita o desenvolvimento de quadros mais graves da Covid-19 e também diminui risco de internação. Bastos também comentou o caso do ator Tarcísio Meira, de 85 anos, vítima do novo coronavírus, embora tivesse recebido as duas doses da vacina contra o vírus.

“Idoso tem menor resposta [imunológica] – não para a vacina da Covid, mas para qualquer uma. É a questão da idade, das células de defesa. Então, eles têm uma resposta menor à vacina. Por isso que obviamente não depende só do idoso. Se os outros não tomarem a vacina, pode fazer com que aquele vírus – variante ou não – infecte o paciente idoso”, explicou.

Além disso, o especialista elucidou que pessoas mais velhas tendem a ter comorbidades que agravam a chance de desenvolver manifestações mais agressivas da Covid-19. Ele também ponderou que isso pode variar de idoso para idoso.   

Bastos, por fim, também salienta que, concomitantemente à vacinação, os cuidados propagados desde o início da pandemia precisam ser mantidos – higienização constante das mães, uso de máscaras e distanciamento social – para garantir que as taxas sigam controladas.

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Post Author: Rogenilson Reis

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